Como toda a comunidade já ouviu falar, Helvetica fez 50 anos. Por mais difícil que podia parecer, até na televisão já houve comentários e graças ao meio século de vida passou também para o grande ecrã, o cinema. O documentário sobre esta tipografia é uma das grandes pesquisas para downloads pessoais. A pirataria anda aí, mas parece que ainda ninguém conseguiu pôr mão ao ficheiro de vídeo.
A Helvetica é uma das tipografias mas conhecidas em todo o mundo, mesmo que não se tenha consciência disso, o povo inteiro já viu, inevitavelmente, todo esplendor, ou não, desta tipografia.
Criada por Max Miedinger em 1957 (Suiça), e com influências da tipografia Akzidenz Grotesk (1898), a Helvetica está completamente marcada pelos anos 60 pelo seu corrente e quase exclusivo uso na tipografia suíça dessa era.
A esta altura parece que todos se lembraram de falar nela. Uma questão de amor-ódio.
Por estar acessível em quase todos os computadores, e por sua vez, ser usada por todo o tipo de gente em qualquer parte do mundo, criou-se um certo preconceito à sua volta, assim como acontece com a Times New Roman ou Arial. Afinal de contas, todos nós nos lembramos dos primeiros trabalhos que fizemos em computador e que usavamos essas tipografias como se fossem a melhor coisa do mundo.
Vista como neutra e incolor, ela acaba por não se tornar perigosa para trabalhar, pois um bom designer será sempre bom mesmo usando-a. Ironicamente, o próprio Paul Rand admitia aos seus alunos que Helvetica era uma “porcaria” para texto corrido, mas que servia na perfeição para títulos e pequenas frases.
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Os designers do Experimental Jetset são um exemplo de fixação por esta tipografia; uma espécie de monogamia explícita. Mas outros há que, numa lista de preferências, também colocam a Helvetica como uma das mais queridas, um exemplo é Massimo Vignelli.
Vignelli, nas enumeras conferências que deu, não se acanhava de admitir as suas preferências, principalmente no que respeita aos seus trabalhos da década de 80. Futura, Garamond nº3, Century Expanded, Bodoni e é claro, Helvetica.
Para muitos é difícil chegar à conclusão sobre qual é a melhor tipografia para o projecto em mãos, mais difícil ainda é saber por onde começar quando se tem um imensidão de tipografia à escolha. Já me aconteceu, assim como a muita gente. No entanto, designers mais experientes acabam por dar uma resposta mais rápida e solucionar melhor os problemas tipográficos.
Todos têm tendências e um grupo de tipografia que lhes dão soluções mais eficazes, tal como Vignelli disse: “... a proliferação de tipografias e manipulações tipográficas representam um novo nível de poluição visual que ameaça a nossa cultura. Dentro dos milhares de tipografias, tudo o que necessitamos são umas básicas, e lixo com todo o resto”.
Li um artigo com alguma piada do Michael Bierut - “Thirteen ways of looking to a Typeface”. Nele, Bierut descreve o porquê de usar uma tipografia em detrimento de outras. Uma e não umas, pois a promiscuidade tipográfica acaba por ser contraproducente
Então enumera:
(resumo)
1º PORQUE RESULTA
Algumas tipografias são perfeitas para determinadas coisas
2º PORQUE GOSTAS DA SUA HISTÓRIA
Por ser evocativa de qualquer coisa
3º PORQUE GOSTAS DO NOME
Bruce Nauman desenhou um livro com David Rockwell, usando a tipografia Rockwell
4º POR CAUSA DE QUEM A DESENHOU
Os clientes sabem que o público não sabe dos pormenores sobre a tipografia, mas dá algum conforto nestes factos
5º PORQUE ESTAVA LÁ
Por vezes não é necessário preocuparmo-nos em mudar a tipografia duma empresa quando ela já tem uma
6º PORQUE ELES TE OBRIGAM
Designer: “Posso dar uma alternativa?”
Cliente: “Não”
7º PORQUE TE FAZ LEMBRAR ALGUMA COISA
Cuidado, porque o que te faz lembrar de alguma coisa, para outra pessoa lembra outra
8º PORQUE É BONITA
9º PORQUE É FEIA
O que é feio pode ser altamente
10º PORQUE É ABORRECIDO
11º PORQUE É ESPECIAL
Muitas vezes é uma questão de moda
12º PORQUE ACREDITAS NELA
O verdadeiro fundamentalista requer o monoteísmo: um mundo, uma tipografia
13º PORQUE NÃO NÃO PODES
Ser contra algo usando-o
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Usando ou não Helvetica, gostando ou sendo contra, é muito difícil que as brigas anti-helvetica nos passem ao lado. Univers e principalmente a Arial são as principais tipografias que alguém quis ver como rivais.
Univers foi desenhada por Frutiger no mesmo ano da Helvetica. Tem graves problemas em relação aos itálicos e ao seu mais recente redesign, mas reserva um design original em relação à possibilidade de combinar vários pesos e espaços.
A Arial surgiu, por sua vez, com a chegada dos computadores nos anos 80 e a impossibilidade de usar a Helvetica, talvez por isso é a tipografia mais contestada pelos amantes desta última.
Desenhada por Monotype em 1982, foi marcada pelo seguinte: “A contemporary sans serif design, Arial contains more humanist characteristics than many of its predecessors and as such is more in tune with the mood of the last decades of the twentieth century. The overall treatment of curves is softer and fuller than in most industrial style sans serif faces. Terminal strokes are cut on the diagonal which helps to give the face a less mechanical appearance.”
Enfim, sinais do investimento e de marketing agressivo que fazem girar a vida dos mais ambiciosos.
2 comentários:
15 de junho de 2007 às 18:26
Helvética é q é fixe.....:p
pronto, olá!
21 de junho de 2007 às 18:42
Esqueci-me de te dizer que estive com o realizador do filme em Nova Iorque!!!!! ;)
Boa Sorte para o ponto branco!
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