Já tem calo aquele que, mais que uma vez, se viu confrontado com a palavra design, mas por muito que se queira, para o "Zé Trolha" ou "Zé Povinho" (depende dos gostos...) é completamente posta de parte estas estrangeirada que ninguém diz que poderá dar dinheiro ou que alguém pinta como arte se tratasse.
Disputas à parte, ocorre-me frequentemente passar as vistas por folhetos, jornais, cartazes, web a alguma tv, e ver lá usada a palavra que 30% dos portugueses deve saber dizer o que é. Surpresa ou, a esta altura, já reticente quanto ao emprego da palavra de uma forma tão pública, sou levada quase sempre à desilusão de não encontrar o que estava à espera.
Sexta-feira passada foi um caso diferente. Não tenho por hábito revistar jornais diários, mas é sempre bom ter por perto quem o faça. No Ípsilon, do Jornal Público, veio uma, posso dizer, enorme reportagem sobre um atelier de design gráfico no Porto - R2 design.
São três páginas cobertas de imagens e sons próprios de quem entende e fala de design.
Nunca antes vi tal atenção num espaço público, numa superfície tão banalmente popular sobre este tema, ainda por cima sobre um só grupo de trabalho.
Para rematar as apresentações, esta entrevista foi dada ao público no mesmo dia em que inaugurou a «ONP À Sexta» na Casa da Música. Um ciclo que tem como objectivo inserir num mesmo espaço a música e as artes.
Os R2 estrearam esta iniciativa com o projecto/instalação "Percursos Inacabados", na Escadaria Norte. Um trabalho que envolve os espaços da Casa da Música e como as pessoas lidam e interagem com ele. Uma obra que não pretende ser vista como peça de arte, mas que é desencadeada pela visão e opinião dos que por lá andam.
O resultado é simples e altamente centralizado num livro produzido para a ocasião. Um objecto construído com base de esquemas e questionários e depois na própria desconstrução do todo.
Para ver até ao final do mês na Casa da Música.
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