Após dois dias de calor mortífero, a xungaria saiu à rua com mais força que alguma vez vi por aqui. Crianças, adolescentes e todos os entes que fazem parte das estatísticas dos que largaram a escola cedo demais; reúnem-se à porta da cultura. Mais uma vez o Cpf puxou-me até lá através do boato de uma novidade.
Depois de passar pelas fotografias lusas de Danilo Pavone e as suas realidades quase plastificadas envoltas num misto de ficção pontual e ainda as fotos de David Infante com auto-retratos que passam pelo experimental fotográfico e a simples marcação de espaço pessoal; encontrei-me sentada num dos bancos solitários do piso inferior.
Georges Dussaud com as suas “Crónicas Portuguesas” obrigou-me a parar e pensar. Envolta de várias peças fotográficas que obteve no nosso país. Simplesmente Bonito! Talvez não devesse dizer que uma obra é bonita por medo de uma interpretação errónea, mas de facto, não existe melhor palavra neste momento.
Uma exposição repleta de momentos que não sei reconhecer por não os ter vivido, imagens de naturalidade e espontaneidade de um povo que se limitou a existir.
Há uma nostalgia por gentes muito portuguesas registada por um olhar estranho.
Georges Dussaud
Bonito! Bolas, bonito mesmo.
Fiquei com vontade de fotografar, mas fotografar de verdade, ir por aí à maluca... Deixar conceptualismos da treta, coisas vagas e sem explicação satisfatória. Fotografar a sério, envolver-me com as coisas e captar almas.
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